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Personalidade Construtora & Personalidade Destruidora
A terapia gestáltica, um dos braços da Psicologia, diz que nós somos determinantes e determinados, o que, em outras palavras, significa: Assim como o meio nos influencia, nós temos o poder de influenciar o meio.
Essa realidade corrobora uma verdade incontestável, se analisada sob o prisma do bom senso: Nós somos donos do nosso destino. Nós somos os únicos e exclusivos responsáveis pela nossa boa ou má forma de viver.
Se um meio terrível nos assola (pais brutos, miséria social, etc.), podemos ser influenciados por esse meio e fazermos de nossa vida um cipoal de sofrimento para nós e para os outros. Mas existem pessoas que escolhem bem viver (tudo é uma questão de escolha) e, não obstante oriundas de ambientes altamente permissivos e negativos, mostram-se capazes de ressurgir das cinzas almejando, lutando e, o que é mais importante, conseguindo ter uma vida reta, digna e bem vivida.
Existem pessoas que olham para o alto, onde fulguram as estrelas. São as pessoas de Personalidades Construtoras.
Existem pessoas que olham para o chão onde existem a sujeira e a lama. São as pessoas de Personalidades Destruidoras.
O texto a seguir, de Charles Chaplin, elucida-nos como tudo na vida é produto da nossa escolha em utilizarmos da Personalidade Construtora, que nos eleva, ou da Personalidade Destruidora, que nos rebaixa:
"Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia-noite. É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje. Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por levarem a poluição.
Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o desperdício.
Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças por estar vivo. Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo que eu queria ou posso ser grato por ter nascido.
Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalho. Posso sentir tédio com as tarefas da casa ou agradecer a Deus por ter um teto para morar. Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades.
Se as coisas não saírem como planejei, posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar. O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E, aqui estou eu, o escultor que pode dar forma. Tudo depende só de mim."
A pessoa que faz prevalecer em si a Personalidade Construtora, costuma assim pensar quando caminha para o trabalho logo na segunda-feira pela manhã:
"Obrigado, meu Deus, por essa oportunidade de ter meu ganha pão e, através dos naturais conflitos interpessoais do ambiente profissional, eu ter o laboratório ideal para poder aparar as arestas de minhas imperfeições".
A pessoa que faz prevalecer em si a Personalidade Destruidora, costuma assim pensar quando caminha para o trabalho logo na segunda-feira pela manhã:
" Ih! meu Deus, vai começar tudo de novo?!"
Viva bem e com intensidade. Faça prevalecer sua escolha pela preponderância da Personalidade Construtora. Sua força é maior do que possa imaginar, fato este relatado por um espírito protetor no texto "A fé divina e a fé humana", presente no capítulo XIX do livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec: "Se todos os encarnados estivessem bem persuadidos da força que têm em si, se quisessem colocar sua vontade a serviço dessa força, seriam capazes de realizar o que, até o presente, chamou-se de prodígios, e que não é senão um desenvolvimento das faculdades humanas".
Percebe-se, pelo texto acima, que a prevalência da vontade é a alavanca que nos impulsiona. Para sua força interior manifestar-se é preciso, antes, você reelaborar seus pensamentos e tomar corajosas atitudes. Assim, uma outra poderosa força irá impulsioná-lo ao sucesso: a Força de Vontade. Colocar essa força a favor de nossa evolução significa, em síntese, utilizarmo-nos do nosso direito de escolher. Na realidade, utilizamo-nos do nosso direito de escolha várias vezes por dia. Alguns exemplos: "Vou começar o dia com a mente livre e tranqüila, fruto da meditação matinal ou começá-lo com a mente perturbada, sem nenhum preparo prévio para o novo dia de desafios e oportunidades?"
"Vou saborear com prazer e alegria o café da manhã ou vou tomá-lo apressadamente e de forma estressada?"
"Vou, quando chegar ao trabalho, dizer aos meus colegas um "bom dia" que realmente expresse o seu sentido literal ou vou dizer "bom dia" de forma maquinal, sem nenhum sentimento?"
Repito a você, caro leitor: Várias vezes por dia temos o direito de escolher e, infelizmente, não valorizamos esse nosso direito. Vejamos o que fala sobre a valorização do nosso direito de escolha o piloto italiano Alessando Zanardi (entrevistado na revista Veja, edição 1.736). Antes, um pequeno histórico: Zanardi, em 15 de setembro de 2001, sofreu um terrível acidente no Grande Prêmio de Lausitz. Seu carro partiu-se ao meio quando, a 320 km por hora, foi atingido pelo carro do piloto Alex Tagliani. Como conseqüência desse fatídico acidente, Alessandro Zanardi perdeu as duas pernas. Uma delas foi amputada acima do joelho e a outra abaixo. Com essa nova realidade o piloto poderia escolher sentir-se um "coitadinho", sendo uma pessoa profundamente infeliz. No entanto, não obstante os seus naturais momentos de tristeza, demonstra ter escolhido bem viver. São frases dele: "Não achava possível ter uma vida feliz sem um corpo perfeito, completo. Depois de perder as pernas, mas não a vida, minha percepção mudou totalmente". "Não posso reclamar tenho, na verdade, de agradecer (por estar vivo)". "Quero agora viver com intensidade".
Mas, de tudo o que foi dito por esse piloto que resolveu viver com intensidade, há um depoimento ainda mais expressivo que faz aumentar a nossa responsabilidade de enxergar o direito de escolha como dádiva divina. Disse ele: "A capacidade de escolha é uma daquelas dádivas às quais não damos valor. Mas é o que faz a vida valer a pena. Isto é o principal para todo ser humano".
Francisco Cândido Xavier disse certa vez que "nossa responsabilidade tem o tamanho do nosso conhecimento". De acordo com essa lógica cristalina de Chico Xavier, se agora passamos a ter o conhecimento de que a escolha é uma dádiva divina, cabe-nos a responsabilidade de bem escolhermos, como Zanardi fez: ele escolheu a não manifestação da Personalidade Destruidora e optou por conviver e viver com sua Personalidade Construtora.
Alkíndar de Oliveira
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