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Tema: Material de Apoio dos Livros

Adicional do Livro “Dossiê Jung” - II


O Mito de Psique e Cupido

Na cidade grega de Mileto, atual Turquia, o rei e a rainha tinham três filhas. Todas eram lindas, as duas mais velhas apesar de toda a beleza era possível encontrar adjetivos que as descrevessem. Psique era o nome da mais jovem delas e a mais bonita. Sua beleza era tão rara que não existia palavras que pudessem descrevê-la. Nada que se falasse poderia alcançar a realidade de tanta perfeição.

Os habitantes daquela cidade, as pessoas vindas de longe, todos, de diversos lugares vinham atraídos por sua beleza. Não havia quem não se encantasse. Ficavam a contemplá-la e adorá-la a tal ponto que ela parecia uma deusa. Todos a comparavam com a própria Vênus, deusa da beleza e das paixões.

Comentavam que era a própria Vênus que vinha habitar a terra sob a aparência de uma simples mortal, deixando o prestígio da verdadeira deusa abalado. Ninguém mais ia a Cnido admirar a estátua de Vênus, ninguém mais ia a Pafos, caminhar por seus jardins e lhe fazer oferendas, ninguém mais tinha interesse em navegar para a ilha de Cítera onde a deusa havia nascido.

Os antigos templos de Vênus estavam vazios, as cerimônias de devoção eram negligenciadas, os sacrifícios foram suspensos e os seus altares estavam sempre vazios, somente cinzas antigas, onde antes ardiam incensos. Mas quando Psique passava o povo lhe atirava flores, dirigiam a ela desejos e preces, a presenteavam.

De todas as partes do mundo vinham peregrinos lhe render homenagens. Já não havia mais necessidade da antiga deusa, já que entre eles encontrava-se a personificação da pura beleza. Vênus via do alto do céu, no Olimpo, tudo que acontecia e não conseguia refrear sua indignação. “Como?” dizia ela. “Eu, Vênus, a primeira alma da natureza, origem de todos os elementos, eu que fecundo o Universo inteiro, devo partilhar com uma simples mortal as honras devidas à minha posição suprema!

Deverá o meu nome, que é consagrado no céu, ser profanado na terra? Terei eu de ver os meus altares descuidados por causa de uma criatura destinada a morrer? Aquela que rouba os meus direitos vai arrepender-se da sua insolente beleza!” Assim, ela chama na mesma hora seu filho Cupido, o menino de asas. As setas de Cupido eram irresistíveis e invencíveis e todos que eram atingidos por elas apaixonavam-se, ele era temido e visto como um monstro, uma serpente que envolvia e fazia a todos sofrer. Vênus pediu ao filho que fizesse o homem mais feio e cruel da face da terra se apaixonar por Psique e assim desposá-la.

Cupido preparou-se para obedecer às ordens maternas. Foi ao jardim de sua casa onde havia duas fontes, uma de água doce e outra de água amarga, e encheu dois vasos, cada um com água de uma das fontes e desceu à terra. Entrou no quarto de Psique que dormia e quando a viu se apaixonou, e não teve coragem de continuar com o plano.

De repente, Psique acordou e abriu os olhos diante de Cupido, que ainda mais perturbado diante de tanta beleza, acabou ferindo-se com sua própria seta, já apaixonado se descuidou do seu próprio ferimento para derramar as balsâmicas gotas doces da alegria sobre os cabelos da moça.

Vênus já sentia o sabor da vingança, pois percebia que com o tempo as duas irmãs de Psique encontraram reis que as desposaram, enquanto que elam, apesar dos adoradores, não encontrava um marido e não queria mais saber de nada. Na verdade, Psique também havia se encantado por Cupido, preferindo se isolar a casar-se com quem quer que fosse. Seu pai achava incomum essa situação e desconfiado de que algo estranho estava acontecendo, resolveu consultar o oráculo do deus Apolo, deus da verdade, em Delfos.

O próprio Apolo através do oráculo disse: “O marido de Psique não será um mortal: ele possui asas como as aves de rapina e é cruel como a serpente que encanta homens e deuses, através da paixão, escravizando-os.” Assim, os pais dela foram aconselhados a levar Psique ao alto da montanha para que encontrasse, então, seu marido cruel.

A jovem aterrorizada, sem saber a quem seria entregue, foi levada ao pé do monte e abandonada por seus tristes familiares, que lamentavam o destino que a ela tinha se desdobrado. Psique apesar do pavor estava conformada com seu destino e assim se abandonou ao cansaço e foi tomada por um profundo sono, sendo, então, conduzida pela brisa gentil do deus Zéfiro, deus dos ventos. Psique foi conduzida adormecida num declive profundo até um lindo vale e quando acordou na manhã seguinte se viu sentada no meio de uma tenra relva que formava um fresco tapete.

Ela olhou ao seu redor e percebeu uma fonte de cristal transparente no meio de altas árvores com grandes copas, onde o sol radiante passava suavemente por entre as folhas. A relva estava coberta por flores de todas as cores e perto das margens de um rio com águas fortes e brilhantes, ela via um palácio real, construído por mãos imortais, como só poderia ser, mediante arte tão divina. Os muros eram recobertos por baixos-relevos de prata e o chão era revestido por mosaicos de pedras preciosas cortadas em mil pedacinhos e combinadas em variadas pinturas. Encantada com aquele lugar tão lindo Psique cria ânimo e quando percebe já está lá dentro rodeada por criados que a levam ao quarto de dormir. Apesar de tanta beleza a solidão é absoluta.

Subitamente uma voz saída de um corpo invisível lhe diz aos ouvidos: “Por que, soberana minha, vos admirais de tão grande opulência? Tudo quanto vedes é vosso. Entrai nestes aposentos, aguarda-vos um banho, para refazerdes as forças, e o banquete real que vos é destinado não se fará esperar. Eu, cuja voz estais ouvindo, sou seu marido e estou às vossas ordens, e executarei atentamente as vossas ordens.”

Psique ficou envolvida com aquela forma carinhosa de falar e por aquela voz vibrante e máscula. E viu realmente um magnífico banquete preparado. Sentou-se à mesa, e diante dela se sucediam os vinhos mais deliciosos, as iguarias mais incomuns, aparentemente trazidas por um sopro, pois ela não via nenhum ser humano. Um delicioso concerto a alegrou, mas os cantores eram invisíveis. Admirada, e ao mesmo tempo, assustada, pensando cedeu mais uma vez ao cansaço e adormeceu sem que ninguém lhe perturbasse o repouso.

Quando despertou ouviu a mesma voz maravilhosa pedindo que não se assustasse e, logo em seguida, sentiu mãos humanas acariciarem seu corpo. Na escuridão, não podia vê-lo, mas seu corpo e sua pele pareciam ser de um homem jovem de grande beleza. Depois dessa primeira noite, Psique ficou curiosa para ver seu rosto. Entretanto, ele insistiu que ela jamais deveria olhar, pois do contrário, teria que deixá-la para sempre. Embora ela não o visse, ela ouvia sua voz doce e ele a prevenia de um perigo que correria em breve.

“Psique, minha doce amiga, minha amada companheira, a sorte cruel te ameaça de um terrível perigo, tuas irmãs, acreditam em tua morte, e a estão procurando, e não tardarão em chegar a este rochedo. Não te comovas com os seus falsos queixumes, e não cedas aos perniciosos conselhos que elas te derem para levar-te a me ver.” E acrescentou que a curiosidade acabaria por separá-los para sempre e a mergulharia num abismo de problemas.Psique agradeceu ao marido os conselhos.

Aliás, o tom daquela voz era tão penetrante que ela se sentia atraída a ele por uma força desconhecida. Assim, prometeu-lhe que obedeceria. Quando acordou, já havia chegado o dia e seu amante havia desaparecido. Porém apesar de não vê-lo sentia sua presença, sentia seus beijos e carinhos e conversavam todos os dias e noites.

Apesar do envolvimento que os unia, sempre que Psique se lembrava do que o oráculo de Apolo havia previsto ela tremia de medo e dúvidas vinham a sua mente. Será que apesar da voz tão doce, o marido seria um monstro horrível, uma serpente, já que encantava e fazia sofrer homens e deuses? Mas procurava esquecer e se deixar levar pelo momento agradável e pela confiança que ele lhe despertava.

Num certo dia ouviu ao longe, vozes de mulheres, e reconheceu que eram de suas irmãs. Pareciam se lamentar pelo triste fim e pelo sumiço de seu corpo que deveria ter sido levado por aquele deus terrível e Psique acabou por se comover. Desejava muito tranqüilizar a família e pediu mentalmente ao invisível marido permissão para usar a força do deus Zéfiro, assim as duas irmãs foram trazidas ao castelo com sua autorização, da mesma forma que ela tinha vindo anteriormente.

Após os primeiros abraços e beijos, Psique, com insistência de criança, mostrou-lhes os magníficos móveis, os deliciosos jardins, os terraços de onde se descortinavam horizontes sem fim. Tantas maravilhas aos olhos invejosos e ciumentos das irmãs que acabaram por despertar nelas um profundo interesse por seu misterioso marido.

A pobre Psique, que ainda não o vira, não pôde satisfazer a curiosidade delas. Assim alguns dias se passaram e elas suas visitantes, faziam com que a imagem de seu marido ficasse horrível e repulsiva. Elas diziam: “Porque tanto mistério? Se ele fosse uma pessoa normal, bonita e bem apresentável, não teria porque se esconder...” Dessa forma Psique não mais conseguiu resistir ao medo e curiosidade. Quando suas irmãs partiram ela resolveu descobrir por fim quem era seu marido de verdade, um deus ou um monstro.

Ela esperou acordada sua chegada. Quando ele entrou no quarto escuro e caiu no sono, ela foi até a sala e pegou uma lamparina à óleo, que levou até o quarto. Vendo-o na luz pela primeira vez, não pôde acreditar em seus olhos, era a visão mais linda do mundo, reconheceu ser ele Cupido, perto dele estavam o arco e as setas, seu amor estava ao seu lado, era seu marido! Ela curvou-se para beijá-lo profundamente feliz, mas nesse momento um pouco do óleo quente da lamparina caiu sobre o seu ombro, acordando-o.

O jovem ergueu-se num salto, assustado e com um semblante triste e preocupado, gritando: “Psique, eu disse que nunca deveria olhar meu rosto!” Daquele momento em diante ela perdeu seu marido. Vestindo seu manto da invisibilidade, ele sumiu do quarto. Psique correu atrás dele, mas já era tarde demais. Queria de toda forma pedir perdão e tentar retomar sua confiança. Mas ele havia desaparecido por completo.

Psique soube que estava condenada. Era óbvio que seu relacionamento com Cupido não teria mais futuro e sua própria vida correria perigo, pois Vênus não aceitaria. Psique, desesperada, correu pelos campos e se jogou no rio de águas revoltas, procurando dar ela mesma um fim a sua vida. Mas o rio não a quis e as ondas a devolveram sã e salva à margem. O deus Pã, deus dos bosques e mensageiro dos deuses que lá se encontrava, lhe revela as impiedosas ordens que Cupido recebera de Vênus e não cumpriu por ter se apaixonado por ela. Isso a tornou ainda mais arrependida e fez com que ela ficasse disposta a tudo para reconquistar o seu amor.

Nesse interim, as irmãs de Psique, desejando saber se o conselho foi seguido, vão ao rochedo, mas quando o vento começa a soprar, acreditam que é o deus Zéfiro que vai conduzi-las novamente junto da irmã e se entregam sem desconfiança, mas caem imediatamente ao pé do rochedo onde foram encontradas no dia seguinte, mortas. Zéfiro, não pôde receber ordens do Cupido, pois ele estava ferido e vigiado no leito, onde sua mãe apesar de cuidar de sua ferida o censurava por seus atos.

Psique estava inconsolável e não via outra alternativa, tudo que lhe restava era jogar-se aos pés de Vênus e jurar servi-la o resto de seus dias. Talvez a deusa tivesse um pouco de compaixão dela e permitisse sua união ao filho, ainda mais porque Psique estava grávida. Assim sendo, Zéfiro encaminhou Psique até Vênus, que apreciou a oportunidade de vingar-se pessoalmente de sua rival mortal. Psique então se joga em prantos aos pés da deusa, pedindo que a permita ver seu amado. Vênus não tem a intenção de ajudá-la a se aproximar de Cupido, mas resolve testá-la. E assim impõe a ela quatro tarefas impossíveis de serem realizadas por um mortal, enganando-a, dizendo que, ao final, se realizada todas com mérito ela poderia estar com Cupido.


PRIMEIRA TAREFA: Separação das Sementes

Vênus encaminha Psique até uma sala e mostra-lhe um monte enorme de sementes misturadas: milho, cevada, papoula, ervilha e feijão. Diz então, que ela deve separar cada espécie de semente em montes até o anoitecer. A tarefa parece impossível, até que uma grande quantidade de formigas correm em seu auxílio, colocando cada espécie, grão por grão, em seu monte próprio.


SEGUNDA TAREFA: Colhendo a Lã Dourada

Em seguida, Vênus ordena a Psique que consiga amostras de lã dourada que deveriam ser retirada dos terríveis carneiros do sol. Eram animais enormes, agressivos, com chifres, que ficavam no campo, dando cabeçadas um no outro. Se Psique andasse entre eles certamente seria esmagada ou morta.

Uma vez mais a tarefa parecia impossível, até que um verde junco vem em sua ajuda e a aconselha a esperar até o pôr-do-sol, quando os carneiros se recolhem para descansar. Assim ela vai até eles nesse momento mais seguro para cortar a lã de ouro e consegue tranqüilamente realizar mais essa tarefa.


TERCEIRA TAREFA: Encher a Jarra de Cristal

Para a terceira tarefa, Vênus põe uma jarra de cristal na mão de Psique e manda que a encha com a água colhida da fonte de um riacho proibido. O tal riacho cai em forma de casO cata de uma fonte do mais alto rochedo íngreme e é guardada por dragões o que torna a tarefa quase impossível.

Desta vez, quem vem ajudar Psique é uma águia que voando baixo próximo a fonte, encheu a jarra com a água e pôde levar até a deusa. Irada com o sucesso da jovem Psique, Vênus planeja uma última, porém fatal tarefa.


QUARTA TAREFA: Aprendendo a Dizer Não

Para quarta e última tarefa, Vênus ordena a Psique que desça ao mundo subterrâneo com uma pequena caixa e coloque a beleza da própria Perséfone, lá dentro e a traga para ela. Perséfone é a rainha do mundo dos mortos, mas possuidora de grande beleza, acabou por despertar também a inveja e o ciúme de Vênus.

Psique desesperada, subiu ao topo de uma elevada torre e quis atirar-se, para assim alcançar o mundo dos mortos, mas a torre não permitiu que ela tivesse essa atitude a acabou passando as instruções para que ela cumprisse sua última tarefa com sucesso. Para alcançar o reino de Hades ela deveria passar por diversos perigos, um deles era o cão Cérbero, o guardião da porta do inferno.

Para impedir que ele latisse e para distraí-lo ela deveria jogar a ele um bolo com mel, depois para continuar sua jornada a torre lhe deu uma moeda e a orientou que pagasse Caronte, o barqueiro que atravessava as almas pelo rio Estige ao outro lado, para a imortalidade. A torre também informou que ela encontraria pessoas que lhe pediriam ajuda por três vezes e ela deveria endurecer seu coração e negar todos os apelos, para poder continuar sua volta rapidamente com a caixa intacta e segura.

Por último, a torre lhe advertiu que depois que Perséfone lhe entregasse a caixa com sua beleza, Psique não abrisse de forma alguma, pois a beleza dos deuses não podia ser vista por olhos mortais. Seguindo essas palavras, Psique conseguiu chegar até Perséfone, que estava sentada imponente em seu trono, recebeu dela a caixa com o precioso tesouro e tomou o caminho de volta. Seguiu todos os passos sugeridos pela torre, mas novamente tomada pela curiosidade abriu a caixa para espiar e, ao invés de beleza, havia apenas um sono terrível que dela se apossou.

Cupido, curado de sua ferida, voou ao socorro de Psique e conseguiu colocar o sono novamente na caixa, salvando-a e a carregou voando e tirando-a do reino de Hades. Lembrou-lhe que sua curiosidade tinha sido por duas vezes sua grande vilã, dizendo para ela aprender com aquilo e retomar sua caminhada, pois agora podia apresentar-se à Vênus e cumprir finalmente a última tarefa que a tornaria uma pessoa especial.

Enquanto isso, Cupido foi ao encontro de Zeus, deus supremo, e implorou a ele que apaziguasse a ira de Vênus e a fizesse mais tolerante e que realizasse o seu casamento de fato com Psique. Atendendo seu pedido, o grande deus do Olimpo ordenou que Hermes, defensor e benfeitor da humanidade, conduzisse a jovem à assembléia dos deuses e a ela foi oferecida uma taça de ambrosia, tornando-a imortal. Então com toda a cerimônia, Cupido casou-se com Psique, e no devido tempo nasceu seu filho, chamado Voluptas (Prazer). Psique, admitida ao seio dos imortais, torna-se inseparável do marido.

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